Franca, SP, 30 (AFI) – O último domingo, dia 29 de março de 2015, decretou o rebaixamento da Francana para a Segundona Paulista, última divisão do campeonato estadual. A derrota por 3 a 0 para o Tupã em pleno estádio José Lancha Filho finalizou a péssima campanha na Série A3, sem nenhuma vitória em 14 jogos, apenas dois pontos e o descenso com quatro rodadas de antecedência.

A atual fase do clube está muito longe da Veterana que um dia parou a cidade de Franca. No dia 5 de dezembro de 1977, o então prefeito Maurício Sandoval Ribeiro decretou feriado municipal, já que a Francana tinha conquistado o título da Segunda Divisão e o acesso à elite do futebol paulista depois de quase 30 anos na espera. A vaga veio com uma vitória diante do Araçatuba por 2 a 0.

Em campo, nada menos que dois ídolos históricos levaram o time à conquista. No gol, Geninho, que mais tarde tornou técnico, e no ataque Assis, que mais tarde sagrou-se ídolo do Flamengo. Com 19.500 pessoas no estádio José Lancha Filho, a Francana foi a campo com Geninho, Gasparzinho, Boca, Zé Mauro e Eraldo; Renê, Zé Antônio e Marinho; Antenor, Assis e Delém.

A Associação Atlética Francana permaneceu na divisão principal do estado até 1982, quando foi rebaixando. Neste tempo, os principais feitos foram vitórias contras os grandes times de São Paulo. Diante do poderoso São Paulo por 2 a 0 no Pacaembu, em 1978; sobre o Corinthians por 1 a 0 em 1979, com 40 mil torcedores no Pacaembu; uma vitória sobre o Santos na Vila Belmiro por 2 a 1 em 1982.

Além disso, em 1979 a Francana chegou a disputar o Campeonato Brasileiro da Série A. Mesmo com um grande time, acabou eliminada na primeira fase da competição. Mais tarde, em 1986, disputou a Série C e chegou até as semifinais, quando foi eliminada pelo Sampaio Correa, que mais tarde sagrou-se campeão.

ERROS ATRÁS DE ERROS

De 1982 até 2015, a Francana colecionou anos de ostracismo e seguidas gestões fracassadas. Em 2002 fez a final da Série A2 com o Marília e até venceu em casa por 2 a 0, mas perdeu fora por 3 a 0 e ficou a ver navios. Em 2005, a Veterana fracassou mais uma vez e caiu para a terceira divisão estadual, onde permaneceu até esta temporada.

Neste ano, foram diversas divergências e confusões no clube. Júlio Sérgio seria o treinador do elenco, mas deixou a cidade de Franca afirmando que o presidente Junior Rodrigo de Abreu Pereira não cumpriu com os termos acordados no contrato. Sem dinheiro, o próprio cartola pediu renúncia do cargo, deixou a Veterana na mão e ainda rescindiu com todos os jogadores do elenco.

Em meio a esta crise financeira, sem presidente e sem jogadores, a Francana chegou ameaçar desistir da disputa do Campeonato Paulista. Porém, o vice José Servino Braga “bateu no peito” e disse que arrumaria um parceiro. E deu certo! A FootStar, do empresário Adnam Soares, chegou no clube com uma promessa de R$ 40 mil mensais e alguns jogadores para compor o elenco.

Sem técnico, o próprio Adnam assumiu o comando do time, mas não conseguiu encaixar o futebol e afundou a Veterana na lanterna. Após oito rodadas, o treinador pediu para deixar o clube e o auxiliar Edson Nikinha assumiu. Além disso, o empresário também rompeu a parceria, atrasando ainda mais o salários dos jogadores.

Nikinha não conseguiu melhorar em nada o rendimento e foram mais seis derrotas seguidas, três delas por goleadas vexatórias (contra Juventus, Sertãozinho e Primavera). Matematicamente rebaixada, a Veterana agora cumpre tabela e terá que repensar no planejamento, visando a reestruturação do clube de Franca.