Campinas, SP, 10 (AFI) – No mês passado, a Ponte Preta soltou uma nota oficial em seu site acusando o São Paulo de ter aliciado o goleiro Lucão (15 anos), uma das grandes promessas da base alvinegra e que sumiu do Majestoso, aparecendo logo depois no CT de Cotia. O pai do jogador, Nelson Perri, entrou em contato com o Portal Futebol Interior e disparou contra a diretoria da Macaca.

Nelson Perri disse que ele foi quem cuidou da carreira de Lucão, levando a treinamentos e jogos, desde o início até os 14 anos, quando o goleiro assinou contrato com o empresário Edson Souza, sócio da Contra Ataque. A empresa tinha uma parceria com as categorias de base da Ponte Preta até o início do ano, mas o acordo foi quebrado e o clube assumiu toda a responstabilidade.

“A Ponte fala que ajuda o Lucão desde os 11 anos, mas é mentira. Era eu quem levava ele para treinamentos e jogos, assim como continua acontecendo. Quando o Lucão completou 14 anos, conseguimos um empresário e ele foi alojado em Jaguariúna, mas era a empresa que pagava tudo”, afirmou o pai do jogador.

No início do ano, depois da parceria chegar ao fim, a Ponte Preta assumiu o CT de Jaguariúna e as condições dadas aos jovens que ali estavam caiu muito, segundo relatou Lucão para Nelson Perri. O pai disse que o jogador estava muito descontente com a situação e já havia demonstrado interesse em deixar o clube.

“A Ponte começou a bancar algumas coisas no início do ano, mas demorou dois meses para achar uma escola e ameaçamos tirá-lo de lá. O Lucas também reclamava que o cadé da manhã não dava para todo mundo, que o quarto era pequeno e dividido em três pessoas. A situação era difícil e o Lucas não estava satisfeito com tudo que vinha acontecendo”, revelou Perri.

Um jogador só pode assinar contrato profissional quando completar 16 anos – no caso de Lucão, isso vai acontecer em dezembro deste ano – e por isso o goleiro não tinha qualquer vínculo com a Ponte. O São Paulo infrigiu o acordo de cavaleiros feito entre os clubes e entrou em contato com o empresário e a família da promessa pontepretana, que deixou o acerto encaminhado.

“Teve a Copa do Brasil Sub-17 e o Lucas acabou se destacando. A Ponte disse que recebeu várias propostas, mas não encaminhou nada para nós. Aí o Lucas foi convocado para a Seleção e bateu o desespero na diretoria da Ponte, que vieram oferecer um contrato de qualquer jeito. Fomos procurados por olheiro do São Paulo e aceitamos a proposta”, finalizou o pai de Lucão.

Essa não é a primeira vez que o São Paulo é acusado de ter aliciado um jogador das categorias de base de outro clube. Corinthians, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro, Coritiba, Sport e Vitória assinaram na semana passada um documento dizendo que não disputariam a Copa São Paulo de 2014. Atlético-PR, Figueirense, Goiás, Ponte Preta, Portuguesa e Santos devem ser os próximos.